JHS esteve na Vila do Louriçal
José Hermano Saraiva voltou a filmar no concelho de Pombal
Histórias de gente com alma e lugares de verdade
Texto de Adriana Afonso
“Hoje a verdade é um cartucho vazio”. A afirmação é do historiador e jurista José Hermano Saraiva, que esteve esta semana em Pombal a gravar uma edição para o programa “A Alma e a Gente”, exibido na RTP2. Louriçal, Pombal e Abiul foram os lugares onde o famoso professor esteve para mostrar que “a história de Pombal pode-se apresentar como símbolo da própria formação de Portugal”. Um programa a ser exibido no próximo dia 29, pelas 21h30.O ECO acompanhou um pouco das filmagens e trocou impressões com José Hermano Saraiva no mesmo cenário onde, quatro anos e meio antes, tinha sido feita uma entrevista: no Castelo de Pombal. “Actualmente vive-se de faz de conta. Hoje a verdade é um cartucho vazio”, desabafou o professor, após ter feito uma explicação sobre a edificação, abordando as agitações entre os templários do Castelo de Pombal e a população do Cardal que terminaram “quando o Conde de Castelo Melhor levou a imagem de Nossa Senhora de Jerusalém lá para baixo”. Ainda a propósito da fortaleza, José Hermano Saraiva referiu que “eu daria vida ao Castelo chamando os templários. Esse é o castelo mais turístico de Portugal”.Acompanhar as filmagens de José Hermano Saraiva, de 87 anos, é mais surpreendente do que os próprios enredos da História de Portugal que o professor vai desvendando. Isto porque, em cada cenário, a gravação é feita apenas uma vez, sem blocos de anotações ou paragens. “Faço o programa sem papéis ou qualquer outra indicação. Só digo o que manda o meu coração e as pessoas compreendem essa espontaneidade e aceitam”, acredita José Hermano Saraiva. E como explica ainda o sucesso de seus programas junto a um público tão diversificado? “É uma razão simples. É o poder da verdade. Agarra, convence e aceita-se”, destaca, acrescentando que “hoje o mundo está travesti, cheio de disfarces”.O realizador d’“A Alma e a Gente”, José António Crespo, acompanha o professor nos programas de televisão há vários anos. “Estou com ele há 14 anos. Costumo dizer que estamos no quarto mandato”. Segundo o realizador, “é muito fácil trabalhar com o professor. Apesar de não podermos esquecer que faz muitas palestras para a elite, é um académico e, não sendo difícil, é essencial conhecê-lo para perceber a sua ironia”.Já em pleno Largo do Cardal, quando explicava pormenores sobre a Igreja, José Hermano Saraiva atraía os olhares de todos os que passavam, a pé ou de carro. “É ele?” era a pergunta que mais se ouvia. De acordo com o historiador, “quatro anos depois encontro Pombal mais desenvolvido, a população cresceu imenso, além do comércio e trânsito. Pena porque não mostrei as coisas novas de Pombal. Há muito o que ver. Este é um dos lugares de Portugal em que os anos foram positivos”.
In O Eco, ed. 2695, 19 de Outubro de 2006
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