LOURIÇAL, VALE DE SABORES E TRADIÇÕES

A vila do Louriçal possui uma gastronomia invejável e um conjunto de tradições digna da sua longevidade.
A nível gastronómico poderemos salientar a sopa de hortaliça, a sopa de couves com feijão-frade, migas de broa com feijão-frade, fressura, cozido à nossa moda, carneiro cozido em água, a leitoa do Louriçal e os biscoitos do Louriçal, iguarias que facilmente se encontram à mesa de um bom Louriçalense.
Quanto à Gastronomia do Louriçal, o destaque, vai indubitavelmente para os seus deliciosos e famosos biscoitos, constituídos por massa seca em forma de oito de farinha e azeite, não açucarados, conhecidos por “Biscoitos do Louriçal”, receita esta que passou de geração em geração tornando-se através dos tempos no mais popular biscoito regional e no mais português de Portugal.
Neste ponto, também não nos podemos esquecer da deliciosa e variada doçaria conventual, que faz a delícia de todos os Louriçalenses e das pessoas que nos visitam.

No que concerne a tradições esta é também uma vila repleta de costumes que marcam a terra e as gentes. Destaque-se as festividades em honra de S. Tiago, orago da vila, e a cada 15 de Agosto oferece uma relevante manifestação de religiosidade: é em honra de Na Sra. da Boa Morte, a qual, apesar do eventual teor aziago da designação, propicia ao povo um ponto de encontro sempre vivo e, ademais, enriquecido pela presença dos Louriçalenses emigrados em gozo de férias. Na véspera pela noite refulge, a belíssima procissão das velas.
De mais frequente ocorrência, e já num diferente contexto, refira-se a realização do mercado dominical, núcleo de convivência e encontro não apenas de foro comercial.

A Vila do Louriçal...

Entre pinhais e férteis arrozais encontra-se a histórica vila do Louriçal outrora fundada por romanos, que encantados com a abundância de loureiros nesta região a baptizaram de Lourizal. Louriçal que deriva da forma latina “Lauri Psalmus” cuja tradução é “salmo de Louro” ou “Louro de Triunfo”.
Terra de História, a povoação foi referida pela primeira vez oficialmente num diploma de Março de 1162, relativo à doação da mata de Aljazede ao Mosteiro de Sta. Cruz de Coimbra. Remonta a 1166 a concessão do couto do Louriçal por D. Afonso Henriques ao mais importante convento de Santa Cruz de Coimbra. Tendo recebido foral em 1514, por D. Manuel, o Louriçal virá a assistir nos séculos XVII e XVIII a um grande desenvolvimento, a que não será estranha a presença e o apoio de algumas importantes famílias nobres.
O concelho do Louriçal iria sofrer um rude golpe com a invasão das tropas de Messena e a partir de 1836 o concelho do Louriçal deixa de pertencer à comarca de Coimbra para pertencer à de Pombal, entrando em rápida degradação, o que levaria à sua extinção em 24 de Outubro de 1855. Louriçal passava a ser uma das fre­guesias do concelho do Pombal e só em 20 de Maio de 1993 seria reelevado a vila.

IGREJA MATRIZ DE S. TIAGO

De fundação manuelina, a Igreja Paroquial do Louriçal dedicada a este apóstolo é um dos monumentos de grandiosidade arquitectónica desta freguesia. Apresenta exteriormente um portal cingido de pináculos rematados em fogaréus. Interiormente tem uma única nave revestida com silhar de azulejos setecentistas. O retábulo principal, encimado pelo símbolo do SS. Sacramento, representa S. Tiago em pintura de tela, Patrono desta freguesia.

IGREJA DA MISERICÓRDIA

Á esquerda do Convento fica a Igreja da Misericórdia, que foi fundada nos finais do séc. XVI. Sendo composto por nove tábuas, com pinturas alusivas a S. Pedro, S. Bento e às obras de misericórdia, no
seu interior destaca-se um retábulo maneirista do 1.º quartel do séc. XVII, do pintor Álvaro Nogueira de Penacova. Nas traseiras ergue-se a torre sineira, em alvenaria, rematada por 2 pináculos.

MOSTEIRO DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO DO LOURIÇAL

Teve origem num recolhimento, denominado Recolhimento das Terceiras, mais tarde Irmãs do Desagravo e a paixão de Cristo, fundado em 1630 por Maria do Lado, senhora de grandes virtudes, que morreu em cheiro de santidade. De estilo Barroco, foi erguido por volta de 1690 sob a orientação do arquitecto João Antunes. A bonita igreja, terminada em 1739, conventual, é da autoria do Padre Manuel Pereira e exemplar da arquitectura religiosa da época áurea de D. João V, a quem se deve a construção. O revestimento azulejar retrata a vida de Santa Clara, S. Francisco, Santo António de Lisboa, passos da Paixão de Cristo e da Madre Maria do Lado, constituindo uma importante obra catequética.
Habitam neste convento em regime de clausura as irmãs Clarissas.

AQUEDUTO de Águas do séc. XVIII:

Como o convento não tinha água suficiente para seu abastecimento o rei D. João V ordenou ao arquitecto P. Manuel Pereira que viesse ao Louriçal resolver este problema. O Aqueduto de condução das águas, segundo a planta de Frei Manuel Pereira, ainda hoje se conserva sendo um ornato histórico a embelezar o Louriçal, correndo a água pelo interior do aqueduto, desde a mina até à cerca do Convento...

Foi noticia...no "O Eco"

Encontro reuniu cerca de 80 jovens
Universitários convivem no Louriçal

Cerca de 80 jovens participaram, no sábado passado, no primeiro encontro dos estudantes universitários do Louriçal, que decorreu no restaurante “O Zé”.Para além do jantar, este evento contou com a presença da banda local "Brothers & CIA", que animaram a noite, seguido de um animado Karaoke, acabando com uns pezinhos de dança tendo como fundo música techno. De acordo com Pedro Santos, o objectivo dos organizadores foi “conhecer o capital intelectual da freguesia, bem como fazer com que os jovens da freguesia sintam o apoio da mesma no seu valor presente e futuro, fazendo com que estes se interessem mais na freguesia aquando da finalização dos seus estudos, ou durante a realização dos mesmos, como por exemplo a aplicação na freguesia de projectos ou seminários de final de curso”.

ed. 2666, 30 de Março de 2006 in "O Eco"